Os conhecimentos científicos e
tecnológicos não são usados e servem somente às atividades diretamente ligadas
à ciências, mas são úteis a âmbitos gerais da vida cotidiana.
Os conhecimentos
científicos e tecnológicos não são usados e servem somente às atividades
diretamente ligadas à ciências, mas são úteis a âmbitos gerais da vida
cotidiana. Eles também ajudam na compreensão do mundo, na tomada de decisões
como consumidor, na formação de opiniões políticas e sociais e no ambiente de
trabalho. É o que mostra a pesquisa realizada em conjunto pela Fundação
Espanhola de Ciência e Tecnologia (Fecyt) e a Organização dos Estados
Iberoamericanos (OEI). Os dados foram analisados e expostos no artigo
“Percepción, cultura científica y participación em Iberoamérica”, dos
professores José A. López Cerezo e Montaña Cámara Hurtado.
Os resultados
dessa pesquisa e a discussão acerca da percepção pública das ciências são
desenvolvidos na obra Ciencia, tecnologia y universidad en Iberoamérica,
uma coletânea de artigos que abordam assuntos como: as particularidades do
conceito de cultura científica, a alfabetização científica dos cidadãos, o
desenvolvimento de uma política científica e tecnológica adequada às realidades
e oportunidades presentes na Iberoamérica. Apesar das particularidades de cada
trabalho do volume, há um consenso em todos eles de que a modernização dos
países iberoamericanos levou a defender que os conhecimentos científicos levam
ao desenvolvimento econômico.
O objetivo do
trabalho de Cerezo e Hurtado é constituir uma ferramenta prática capaz de
impulsionar e harmonizar a pesquisa sobre percepção social da ciência na
Iberoamérica, incluindo aspectos da cultura científica e a participação social
em matéria de ciência e tecnologia. Pretende-se, assim, por meio dos dados
coletados, dar continuidade a políticas que colaborem para o desenvolvimento
científico e tecnológico.
Dessa forma, a
pesquisa procura entender como os cidadãos enxergam as ciências. Para isso as
perguntas foram divididas em quatro grupos: qual o nível de informação e
interesse sobre temas científicos; a opinião sobre cidadania e políticas
públicas em ciência e tecnologia; atitudes que tomam com relação às ciências; e
a apropriação que fazem da ciência em seu cotidiano. As entrevistas foram
realizadas em vários países nas cidades de: Bogotá, Caracas, Buenos Aires,
Madrid, Panamá, São Paulo e Santiago.
A conclusão vem
ao encontro da ideia de que ser cientificamente culto não é apenas entender a
ciência, mas também praticá-la em seu dia-a-dia e fazer com que ela lhe tenha
alguma utilidade. Um exemplo disso é que, nessa mesma pesquisa, os
entrevistados em sua maioria responderam que tinham comportamentos tais como: ler
bulas de remédio, etiquetas de alimentos, especificações técnicas de
eletrodomésticos e a leitura do dicionário quando se desconhece uma palavra.
Seguindo esse
pensamento, os governos dos países Iberoamericanos também adquiriram maior
sensibilidade acerca do papel da ciência e tecnologia, passando a compreender
que elas têm um impacto significativo nas várias dimensões sociais. É
indiscutível que a produção de conhecimentos científicos gera impactos na
economia, política, comunidades, na cultura e nos valores das sociedades.
Os
governos têm incrementado ações que possam potencializar a criação de
conhecimentos, o que significa investir recursos próprios e buscar apoio em
cooperações internacionais. Mas para que isso ocorra estudiosos defendem que
antes é preciso fazer estudos e promover ações para que a população tenha mais
familiaridade com a cultura científica.
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